Ando cego tateando em muros,
Tocando o escuro,
Perdendo a vida,
Sentindo o nada a meu redor,
Minha morte corre a galope,
Ao encontro de minha vida que em carne viva virou ferida,
Não tenha dó, volto de onde vim simplesmente ao pó.
Meu corpo discorda de meus desejos,
E se defende do álcool e da fuga, buscando a consciência,
Refugia-se na dor estrema, no desespero necessário,
A febre incinera minha anciã, dissolve a compulsão por vida,
Uma vida que explode a alma como o despertar de um vulcão quase extinto,
Que não expressar toda a fúria que dilacera o âmago de seu âmago.
E no caminho da vida não aprendi a viver,
Não soube ser pai essa minha alma vagante,
Era só um menino ensinando um menino,
Não conseguiu dividir nada essa minha alma egoísta,
Separação era quase um destino,
Era só um menino brincando de amante,
Não era fiel e nem elegante.
Minha boca resignada negaram um beijo a todas as outras que me disseram a verdade,
Meus olhos cintilantes, negros, como um poço sem fundo,
Olham através de todos que me magoaram,
Com desprezo, que é um sentimento pior que o ódio.
Jamais perdoei quem me traiu,
Mesmo quando minha boca disse que sim,
Um vazio um nada sem fim ficou no lugar,
ter nenhum sentimento é pior que qualquer outro.
Não perdoei nem a mim mesmo,
Quando seus olhos afogando em lagrimas me pediram perdão,
Disse que sim e por dentro afirmo que não.
Não perdoei nem a mim mesmo,
Quando neguei á minha alma um pedaço da sua,
E minha alma penada, pelada, nua e solitária,
Tateou em muros, tocou o escuro, perdeu a vida, sentiu o nada.
Não tenha dó,
pois volto de onde vim, simplesmente ao pó,
Apesar de não querer,
sou uma estrela que explodiu destruindo tudo ao seu redor
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